terça-feira, 7 de junho de 2011

Estudantes e professores de Caucaia promovem projeto social que utiliza a percussão como forma de inserção social


Inclusão Social:
 A vontade de aprender a tocar instrumentos fez com que cinco estudantes da Escola Maria Helena Moreira da Silva, em Caucaia, e o professor Leonilson da Costa Araújo se reunissem para pensar uma banda de lata. Com pouco mais de um ano de atividades, a Banda MH conta hoje com cerca de 60 integrantes. Conquista comemorada pelo professor: "quando a banda de lata não existia, os alunos não faziam nada. Estavam no risco, na violência, na cola. Agora não, eles têm o que fazer". A escola está instalada na comunidade de Jandaiguaba, no Distrito de Capuan, neste Município metropolitano.

Com o objetivo de "descobrir novos talentos, incentivando os alunos da escola a serem músicos profissionais, e livrar os jovens da comunidade de situações de vulnerabilidade social, tais como risco de violência e envolvimento com drogas", conforme afirmou o professor, o grupo é formado por crianças e adolescentes que aprendem a tirar som em instrumentos de lata e alguns tambores. A experiência de Leonilson como professor de percussão, aliada ao incentivo do Mestre da Cultura, Zé Pio, são ingredientes para o bom andamento do projeto. "Mestre Zé Pio sugeriu que eu criasse um projeto como este e acabou que os meninos me procuraram. Depois disso, a procura só aumentou", afirmou.

Aprendizado

Engana-se quem achar que para "bater lata" não precisa aprender. Os meninos e meninas ensaiam duas vezes por semana, sempre as terças e quartas-feiras, de 17 as 18 horas, na própria escola. Ritmo, sintonia e peculiaridades de cada instrumento são repassados pelo professor. Os ritmistas são responsáveis pela confecção de seu instrumento. "São feitos manualmente, em casa, pelos próprios componentes da banda, sob minha orientação", disse.

O material reciclável é arrecadado através de doações no próprio Município. "A gente já tinha cinco instrumentos confeccionados. Zé Pio doou outros". O projeto conta, ainda, com apoio dos próprios colegas do professor: "a nossa madrinha, dona Mirtô (Mirtes Silva de Menezes), do Selo Unicef; o grupo gestor da escola, como o diretor, Narciso da Costa; a coordenadora, Raquel Calado; o coordenador do Mais Educação, Danusio Oliveira da Silva; e a secretária, Edilaine Figueiredo, sempre nos apoiam", afirmou. Os meninos não recebem nenhum apoio financeiro, mas contam com alguns patrocínios. Além do material para confecção dos equipamentos, o grupo recebeu doação de 60 camisas, do empresário de material de construção, Francisco José Ribeiro Mota (o "Dezinho").

Para preparação, os estudantes recebem o material doado, limpam, lixam e enfeitam as latas. Com tintas, cores e correias, o que provavelmente tornaria-se lixo, vira tambores, para alegria dos pequenos ritmistas.

Leonilson aponta o envolvimento da garotada como um dos méritos do projeto. "Hoje os alunos são convidados para apresentações em vários eventos na escola, em escolas vizinhas, e em vários eventos". "Eles recebem educação e a gente a felicidade em repassar o conhecimento", afirma.

A próxima apresentação da Banda MH será no próximo dia 3, na praça de Capuan, durante os festejos do padroeiro do distrito, Santo Antônio.

Mesmo com as dificuldades em transportar os equipamentos e conseguir doações, o grupo está aberto para novas inscrições. O aluno que quiser entrar no projeto basta procurar a direção da escola. Para doações, procurar a escola ou o professor.

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